Blogger Convidado: Pastor Kiko
Enquanto isso, numa caverna perto do Éden...
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Há pouco tempo eu me deu na cabeça imaginar como a nossa civilização seria se o relativismo da nossa era pós-moderna fosse realmente possível. Talvez alguns de vocês pensem, "O quê? Quem pensa assim?" Pelo jeito, eu. Como a vida seria, por exemplo, se ambos os evolucionistas e os criacionistas estivessem certos, e convivessem lado a lado com sua visões opostas? Claro que não daria certo, até mesmo porque as suas "histórias de origem" são bem diferentes: um lado teria que evoluir num ciclo de melhorias constantes ao longo de bilhões de anos, enquanto o outro lado seria criado na perfeição sem pecado, desobedeceria a Deus, e cairia numa montanha russa de altos e baixos à medida que eles se desviassem ou se alinhassem com o plano de Deus para a humanidade.
Mesmo assim, pense um pouco sobre a ideia. Imagine Adão e Eva, o auge da perfeição humana criada, saindo em desgraça do Éden, e dando de cara com um bando de homens da caverna que só recentemente tomaram o passo evolutivo que deu-os a capacidade de andar eretos, e de usar efetivamente o dedão. Posso até ver que aqueles trogloditas, acocorados em cima de um morro, mastigando sua carne crua, observando, maravilhados (e um pouco invejosos), enquanto Adão, sem mais nem menos (mas ainda com "o suor do seu rosto"), corta uma árvore, constrói um abrigo, acende uma fogueira, e passa a viver seu dia a dia fora do Jardim. Estes jovens evolucionistas teriam que ser muito teimosos para observar como Caim domesticou as plantas, ou Abel os rebanhos, ou Tubalcaim conquistou o bronze e ferro, ou Jubal aperfeiçoou instrumentos musicais, e ainda assim se recusarem a aprender estas técnicas porque não se encaixariam no seu cronograma evolutivo! Posso até imaginar os seus adolescentes reclamando: "Mas Pai, os criacionistas fazem todo esse trabalho pesado com ferramentas maneiras de metal! A gente não pode pelo menos emprestar algumas?" O pai retruca, "Fica quieto, e continue afiando essa lança com essa pedra! A gente só vai usar essas ferramentas daqui a alguns milênios! Você nem sabe como era quando eu tinha sua idade..."
Claro que este tipo de exercício mental não muda nada. O relativismo—acreditando que toda crença é igualmente verdadeira—só funciona na teoria, pois quando levamos seus princípios a uma conclusão lógica, duas ideias opostas não podem coexistir. Se evolução é fato, então criação não pode ser, e vice versa. Se uma terceira opção contraditória for fato, então as primeiras duas não podem ser. E as facções continuarão olhando um para o outro, pensando como são tolos, doidos, mal informados, etc., aqueles que aderem àquela posição. Para o evolucionista, libertando-se da escravidão do teísmo é um passo iluminado. Para o criacionista, o "passo iluminado" é ser liberto da escravidão do pecado, e aceitando a mente de Cristo. Eu sei que já fiz a minha escolha.